Plano de retirada da vacinação contra febre aftosa em todo o Brasil até 2023

Plano de retirada da vacinação contra febre aftosa em todo o Brasil até 2023

Plano de retirada da vacinação contra febre aftosa em todo o Brasil até 2023 – tudo o que você precisa saber

 

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) apresentou, durante o seminário internacional da Comissão Sul-Americana para a Luta Contra a Febre Aftosa (Cosalfa), o plano para retirada da vacina em todo o país e até 2023 o Brasil deve conquistar do status de zona livre da aftosa sem vacinação.

De acordo com Plano Estratégico para enfrentar os desafios da última etapa da erradicação da aftosa, o Mapa dividiu o país em cinco blocos. Os primeiros estados a extinguirem a vacinação serão Acre e Rondônia em 2019.

Em 2020 está prevista a retirada da vacina no Amazonas, Pará, Amapá e Roraima e os estados do Nordeste, com exceção do Sergipe e da Bahia. Em 2021 encerram a imunização nos estados do Centro Oeste e Sudeste, na Bahia, no Sergipe e no Paraná. O bloco 5, composto por Rio Grande do Sul e Santa Catarina, também extingue em 2021.

 

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) participou seminário juntamente com representantes do Instituto e Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) e da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato).

O diretor-técnico da Acrimat e médico veterinário, Francisco De Sales de Manzi, afirma que a retirada da vacina já e um caminho sem volta “O Mapa anunciou que até 2023 o Brasil deixa de vacinar contra a febre aftosa em todo o país. Agora começam os trabalhos técnicos que irão guiar as ações em todo o território. As discussões agora são como será a retirada e não mais se será retirada”.

Segundo Francisco Manzi, o produtor já está confiante com relação à erradicação da doença e extinção da vacina. “Mato Grosso está há 21 anos sem registro da doença e a América do Sul está desde 2006. Chegamos ao ponto que temos a confiança, agora é preciso planejamento”.

O principal ganho para a pecuária com aquisição de status livre de aftosa sem vacinação é de mercado. Alguns países, como Japão, não importam carne de países que ainda vacinam.

Cosalfa recomenda retirada do sorotipo C da vacinação contra a aftosa

Estudo do Centro Americano de Febre Aftosa que concluiu pela inexistência do vírus da febre aftosa tipo C na Sul América determinou recomendação da Cosalfa suspender a vacinação com esse sorotipo na região.

De acordo com o estudo o último foco de febre aftosa com o sorotipo C nas Américas data de 2004. “Por essa razão, bem como em função de estudo que o Brasil tem, tomamos a decisão de, no futuro, retirar o vírus C de toda vacina produzida no país”, disse o diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Guilherme Marques, eleito presidente da Cosalfa durante o evento.

 

Banco de vacinas

Outra decisão importante tomada por representantes dos 13 países (Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname, Venezuela e Uruguai), que intregram a comissão foi criar o Banco Regional de Antígenos de Febre Aftosa (Banvaco), banco de vacinas com o objetivo de ter estoque estratégico para eventuais e futuras intervenções na região como um todo. “Para fazer frente a desafios futuros que possam ocorrer, inclusive por questões de bioterrorismo”, explicou Marques.

 

Uruguai não deixará de vacinar

“Enquanto eu for o ministro, o Uruguai não deixará de vacinar contra a febre aftosa”, disse o ministro de Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP) do país, Tabaré Aguerre, ao ser consultado sobre a decisão do Brasil de remover gradualmente a vacinação a partir de 2018.

Ele recordou que em 16 de maio de 2016, na reunião da Comissão Sul-americana para a Luta Contra a Febre Aftosa (Cosalfa), realizada em Punta del Este, tinha dito claramente que quando o Uruguai fizer uma análise técnica “deveria ser fornecida certeza total de que a região está realmente fora de risco. “

Além disso, nesse processo, deveriam ser cumpridas todas as etapas previstas pelo Plano Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa. E, em terceiro lugar, em uma decisão política e não técnica, “temos que ter todos a certeza de que as situações de nossos países limítrofes, não somente em matéria de circulação viral, mas também, de segurança e confiança que nos fornecem seus serviços de controle, devem ser elementos importantes para que adotemos a decisão de deixar de vacinar. “